quinta-feira, 19 de março de 2020

Nós por nós ou vence a morte. As favelas vão pagar para ver?

As favelas e a pandemia do coronavírus.
                                                                                                                   Por Aurelio Fernandes[1]




Grotas, invasões, palafitas, comunidades, mocambos, alagados, favelas. São muitos os nomes usados em todo o país para designar o que o IBGE denomina de “aglomerados subnormais” que se multiplicaram durante anos pelas cidades brasileiras.
De acordo com dados de 2005 da UN-HABITAT, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), 26,4% da população urbana brasileira viviam em favelas. Em 2006, um relatório divulgado pela ONU apontou uma estimativa de que o Brasil terá cerca de 55 milhões de pessoas morando em favelas em 2020, o que equivaleria a 25% da população do país. Segundo o Censo 2010 do IBGE, o Brasil tinha cerca de 11,4 milhões de pessoas morando em favelas e cerca de 12,2% delas (ou 1,4 milhão) estavam no Rio de Janeiro.
Os grandes meios de comunicação de massas - impressos e virtuais – só lembram das favelas nos momentos de tragédia, sejam elas anunciadas ou não. Violência urbana, chuvas seguidas de deslizamentos, pandemias ou endemias...
Nesses momentos, as favelas são lembradas pelos mortos - prováveis ou concretos, que não podem ser empurrados para debaixo de estatísticas que escondam a dura realidade de miserabilidade das favelas ou pelas “consequências ruins” que causam as cidades.
E nessas horas, a “culpa” é direcionada às trabalhadoras e aos trabalhadores favelados que, “por malandragem” optam por morar perto de seus trabalhos para “economizar” em àgua, luz, gás, transportes, etc. Sobram criminalização, a matança e a estereotipação sobre esses territórios, e as trabalhadoras e os trabalhadores moradores das favelas são nomeados de  “classes perigosas”.

O cenário será diferente para a pandemia do coronavírus?

Manchete de domingo no jornal “O Globo”: “DESAFIO DA CONTENÇÃO MORADIAS PRECÁRIAS ACENDEM SINAL DE ALERTA PARA CONTROLE DO CORONAVÍRUS.”
Será que seguidos governos desconheciam a realidade de nossas favelas, periferias e bairros populares onde moram em torno de 25% da população brasileira? Não poderiam ter resolvido esses problemas que são continuamente relembrados quando dessas tragédias anunciadas?
Durante anos os governantes, identificados com os lucros dos planos de saúde e com a diminuição dos gastos públicos para cumprir com os pagamentos das dívidas públicas com os bancos, destroem o Sistema Único de Saúde - SUS. Para isso, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional 95/2016 que congelou os gastos com saúde e educação por 20 anos.
Assim, só como um exemplo, nos últimos anos as redes municipais e estadual de saúde no Rio de Janeiro sofreram com a redução de leitos. Na atenção básica, fundamental para o combate a pandemias em áreas populares, a capacidade de atendimento da rede de Saúde da Família, no mesmo período, caiu 17%, e a cobertura, que era de 70% da cidade, passou a 53%.
Há décadas que os Governos Federal, Estaduais e Municipais tem conhecimento de que as favelas, cheias de becos e residências pequenas, sem entradas de luz solar ou circulação de ar, favorecem a proliferação de doenças respiratórias. Em 2019, a taxa de tuberculose nos habitantes das favelas foi cinco vezes mais alta que a média nacional.
Toda a sociedade brasileira sabe que trabalhadoras e trabalhadores favelados vivem em condições abaixo do padrão de qualidade de vida aceitável - sem boa água, luz, esgoto encanado. Sem áreas de lazer, ou mesmo ruas. Até quando conquistam, depois de muita luta, projetos governamentais de urbanização, as favelas sofrem um tratamento diferenciado. A coleta de lixo é deficiente. A manutenção do sistema de água e esgoto também é deficiente; igualmente o sistema viário e os transportes. As concessionárias da Prefeitura não oferecem o mesmo tratamento para as favelas e o “asfalto”. Os problemas relativos à geração de renda não são atacados e nem o aspecto educacional e cultural. As consequências desta realidade é a violência que atinge majoritariamente a infância e a juventude favelada.
Toda essa realidade tem relação direta com o fato da nossa força de trabalho ser remunerada abaixo do que necessitaríamos para uma qualidade de vida saudável. A maioria que vive nas favelas pertence à metade mais pobre da população, quase 104 milhões de brasileiros, que vivem com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda. Se considerados os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita subiria a apenas R$ 269. Só para compararmos, em 2019 o salário mínimo compatível com os gastos básicos das trabalhadoras e trabalhadores no Brasil deveria ser de R$ 4.347.61. Ou seja, 4,8 vezes maior que o atual salário mínimo de R$1.039,00.
Some-se a isso o prolongamento das jornadas de trabalhos de todos para além dos limites normais – uso recorrente de horas extras; necessidade de mais de um emprego para o sustento; contingente trabalhando por decisão não voluntária após idade para se aposentar e ao aumento da intensidade do trabalho além das condições normais –, que tem um de seus indicadores aproximados na ocorrência de acidentes de trabalho, incluindo doenças laborais, invalidez e mortes no ambiente de trabalho. O Brasil, a propósito, é um dos campeões mundiais de acidentes de trabalho/doenças laborais, ocupando a 4ª posição.
Como manter, em tais condições, as orientações para a contenção da transmissão comunitária do COVID 19? Como manter a higiene sem agua potável, com esgoto sanitário deficiente e muitas vezes a céu aberto? Como conseguir isso em espaços cheios de becos e residências pequenas, muitas vezes superlotadas e sem entradas de luz solar ou circulação de ar? Como fazer isso, vivendo em uma desigualdade crescente que impede as trabalhadoras e trabalhadores das favelas de ganhar um salário que permita uma qualidade de vida saudável?
Toda essa realidade vai consumindo nossa energia vital e provocando um desgaste prematuro de nossos corpos e mentes, o que facilita nosso adoecimento. Fica óbvio que as trabalhadoras e trabalhadores das favelas serão os mais atingidos pela disseminação do COVID – 19.

Nós por nós ou vence a morte.

Para combater o avanço do novo coronavírus, o governo federal avalia que a “melhor solução” hoje é utilizar navios para isolar e tratar pessoas de baixa renda infectadas pela doença.” Ou seja, os familiares das trabalhadoras e trabalhadores das favelas serão embarcados em navios. “O Ministério da Saúde considera promissora a aplicação da ideia no Rio, o segundo Estado com o maior número de infectados. Cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem no Rio espalhadas em mais de 700 comunidades.
Outra medida é a quarentena compulsória. Não surpreenderia - caso a proliferação do COVID 19 não seja contida - que as favelas sejam cercadas pela polícia e/ou as Forças Armadas, colocando toda a favela em quarentena e impedindo a saída dos moradores.
As trabalhadoras e os trabalhadores favelados sabem qual seria a solução para podermos enfrentar essa realidade: há muitos anos, muitos de nós lutamos cotidianamente por uma reforma urbana que garanta a posse e condições de moradia aliadas a uma política popular de urbanização - educação, saúde, melhor qualidade de vida, etc, o que nunca interessou aos que exploram nossas energias, nossa força de trabalho para ficarem mais ricos.
A questão que se coloca para as trabalhadoras e os trabalhadores das favelas é: vamos pagar para ver? Ou as trabalhadoras e os trabalhadores das favelas se organizam para se defender ou serão tratados como gado indo para o matadouro. Será que um caminho não seria a organização de comitês de autodefesa onde as favelas lutem para garantir o direito a vida? Mobilizar para exigir uma serie de reinvindicações necessárias a sobrevivência?
Nas favelas somente protegeremos nossas saúdes protegendo a saúde de todos. Os comitês de autodefesa podem ser organizados de acordo com a realidade de cada local, sendo que o mais importante é a mobilização da população favelada para que consigam exigir dos governos e da sociedade:

  •  distribuição gratuita nas favelas máscaras, álcool gel em 70%, sabonetes, além de garantir agua potável;
  • renda mínima para as trabalhadoras e os trabalhadores das favelas, pois não existem reservas para enfrentar uma situação como essa;
  • oposição a qualquer tentativa de quarentena militarizada;
  •  utilização de igrejas, sedes de clubes, de escolas de samba e outros espaços nas favelas e próximos para hospitais de campanha;
  • uso de quartos de hotéis e unidades habitacionais não utilizadas e/ou ainda não entregues para a quarentena dos infectados das favelas;
  • mobilização das equipes de Agentes Comunitários de Saúde nas favelas, com exigência de recursos para seu funcionamento com voluntários, a serem treinados por essas equipes para assumir tarefas no combate ao COVID 19 nas favelas;
  • atenção especial para as famílias das favelas – em caso de isolamento doméstico, muitas precisarão receber alimentação e atenção psicossocial;
  • isenção do pagamento de contas de agua, luz e telefones.
  • 1,5 salário mínimo mensal aos trabalhadores intermitentes, MEI e sem carteira assinada das favelas que tiverem que deixar suas obrigações em decorrência da quarentena.
  • apoio financeiro a pequenas e microempresas das favelas.
  •  exigir o fim da EC95/2016 que congelou os gastos com saúde e educação por 20 anos – nossa vida é mais importante do que os juros da dívida para milionários;
  • taxação das grandes fortunas;
  • nacionalização dos hospitais particulares que deverão ser geridos pelo SUS;
  • compra e distribuição em toda a rede hospitalar de remédios produzidos em Cuba e já utilizados com sucesso no combate ao COVID19;
  • licença remunerada e estabilidade no emprego;
  • denúncia contra qualquer forma de discriminação – contra as favelas, bairros populares ou contra pobres, negros, mulheres, LGBTs!

Só resta continuar aprofundando a luta!!!! 



[1] Professor de História, militante dos Círculos pela revolução brasileira e do Centro Ruy Mauro Marini. Foi assessor da FAF Rio e da FAFERJ e dirigente do MTST.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Karl Marx - 1818 - 14/03/1883




KARL HEINRICK MARX nasceu em Trier, Remânia - província ao sul da Prússia - em um dos reinos de uma Alemanha fragmentada no dia 05/05/1818.
Em 1835, depois de concluir seus estudos no coliseu, ingressou no curso de direito da universidade de Bonn onde participou das lutas políticas estudantis.
No final de 1836, Marx vai para Berlin estudar filosofia, forma-se em 1841 na universidade de Jena. Em 1842 muda-se para Colonia e assume a GAZETA RENANA, onde conhece FRIEDRICK ENGELS.
Mas logo após a publicação do artigo sobre o "absolutismo russo", o governo fecha o jornal.
Em 1843, Marx casa-se e muda para Paris, onde funda a revista "Anais de Franco Alemãs", e publica artigos de Engels, e também publica introdução a crítica da filosofia do direito de Hegel e sobre a questão judaica.
Nessa época ingressa numa sociedade secreta.
Em 1845 é abrigado a sair da França e segue para a Bélgica.
Marx dedica-se a escrever teses sobre o socialismo e entra no movimento operário Europeu. Funda a sociedade dos trabalhadores Alemãs. Junto com Engels compram um semanário e se integram a "LIGA DOS JUSTOS", entidade secreta de operários, com filiais por toda a Europa.
Em 21/02/1848, com base no trabalho de Engels, os princípios do comunismo, Marx escreve o "MANIFESTO COMUNISTA", onde esboça suas ideias com a luta de classe e o materialismo histórico. Critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário e termina com um apelo pela união dos operários do mundo todo - proletários de todos os países uni-vos!
MARX e sua mulher são presos e expulsos da Bélgica, indo para Londres. Apesar da crise em 1864, Marx funda a "associação internacional dos trabalhadores" - a "PRIMEIRA INTERNACIONAL".
Com a ajuda de Engels em 1867, escreve o primeiro volume de "O CAPITAL", sua principal obra, onde faz uma analise crítica do capitalismo, sintetiza o funcionamento da economia capitalista mostrando que ela está baseada na exploração do trabalhador assalariado que produz um excedente que acaba ficando para o capitalista.
Segundo Marx, o excedente deveria voltar para o trabalhador na forma de salario numa porcentagem equivalente ao que foi produzido, e a outra parte ficaria com o dono dos meios de produção.  Essa seria então o que Marx chamou de "MAIS VALIA".
Com a ajuda de Engels o primeiro volume foi publicado em 1867.
KARL HEINRICK MARX teve desaparição física em 14/03/1883.

Providenciado por Cris Galarza e Jadir
Diretor do Conaicop Internacional: Ruben Suarez
Secretária Executiva do Conaicop Br: Cristiane Camargo
Publicado por Luiz Pimenta

domingo, 15 de março de 2020

Morre Bebianno na mesma data de Marielle! Coincidência?



 Fomos surpreendidos na manhã de sábado, 14/03, com a notícia da morte do Ex-secretário Geral da Presidência de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, de 56 anos. Ele foi um dos principais coordenadores da campanha do atual Governo à presidência, que foi eleito com a ajuda de muitas fraudes, como por exemplo, a mal explicada facada, a prisão de Lula por Moro para  viabilizar a eleição e também a campanha de fake news, comandada por Steve Bannon e a Cambridge Analytica que patrocinada por empresários bolsonaristas e apoiada pelos americanos.
No contexto de crise social e econômica que vive o país, com o alto desemprego, situação de penúria dos pobres e o constante empobrecimento das outras categorias, associadas à crise médica/econômica causada pelo coronavírus, a morte do ex-secretário é só mais um elemento neste emaranhado de problemas. Então reportamo-nos aos ataques diários, não vamos enumerá-los pois são infindáveis, feitos pelo governo, por Bolsonaro e seus seguidores  aos trabalhadores e não é difícil imaginar que possam ter eliminado um ex-aliado.

Quem quiser defender a tese de coincidência não vamos contestar mas só existe 1/365 de possibilidade de Bebianno ter sofrido um enfarte no mesmo dia da morte de Marielle. Mas com o histórico de ataques do governo e do capitalismo a todos que se oponham a seus desígnios – também chamado de Fascismo - achamos bem provável que tenham organizado a morte do ex-aliado e também eliminado todos os documentos, filmes, comprovante e outros registros que Bebianno pode ter acumulado para denunciar Bolsonaro.

 Duvidamos que sejam feitas investigações sérias – como não fizeram em todos os casos envolvendo os Bolsonaros – e seriam necessários os seguintes procedimentos, ou sonhos, que certamente não serão seguidos:
- Uma biopsia feita por uma comissão de médicos que inclua profissionais independentes, Por enquanto esta possibilidade está descartada uma vez que o corpo foi sepultado à tarde no mesmo dia do falecimento, a não ser que seja feita uma exumação do corpo.
 https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/bebianno-e-enterrado-em-menos-de-24-horas-sem-realizacao-de-autopsia
 - Investigação séria e transparente a ser feita pela Polícia Civil, pois nas Investigações atuais o MP entre outros da Justiça, sempre são encerradas sem alcançar a solução;
- Nas investigações dese caso relacionar os crimes da morte de Marielle com o de Bebianno, investigando as milícias envolvidas no primeiro caso.

Soubemos agora que o ator Carlos Verezza tem uma das supostas cartas deixadas pelo ex-secretário (Será que é psicografada?) e dependendo do interesse da burguesia de derrubar ou não o Presidente esta via poderia prosperar. Mas, pelo visto, os golpistas vão aguardar a conclusão da Reforma Administrativa e outras que acabem de liquidar com os direitos dos funcionários públicos e demais trabalhadores.
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/vereza-promete-entregar-a-viuva-carta-que-bebianno-escreveu-a-bolsonaro/

De qualquer forma entendemos que os trabalhadores devem tomar  iniciativa de ação e não ficar esperando por governadores, prefeitos e autoridades que não ligam para eles. Devem se unir em assembleias e organizar um projeto de atendimento decente para o coronavírus e exigir a apuração da morte de Marielle e Bebianno.
 https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/bebianno-e-enterrado-em-menos-de-24-horas-sem-realizacao-de-autopsia

Artigo de Luiz Pimenta
Diretor do Conaicop Internacional: Rubén Soaréz
Secretária Executiva do Conaicop-Br: Cristiane Camargo



sábado, 14 de março de 2020

Marielle, dois anos de impunidades


Artigo de Cristiane Galarza
Diretor Internacional do Conaicop:
 - Ruben Suarez
Secretária Executiva Conaicop BR:
 - Cristiane Camargo

Hoje esquerdistas de todo o mundo homenagearam a memória de Marielle Franco, vereadora do PSOL carioca,  executada em 2018.
Ela foi vítima de um crime político que se tornou uma ferida aberta no país.

O golpe de estado deferido em 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff pelo Congresso, em 2017 assassinou Marielle Franco e, no mesmo ano, levou o ex presidente Lula da Silva à prisão impossibilitando  sua apresentação ao processo eleitoral onde as pesquisas o apontavam como vitorioso. A execução de Marielle e seu motorista Anderson, naquela fatal noite, antecipava o autoritarismo que viveria o Brasil.
Todas as investigações do crime político, que chocou o mundo, leva ao mandatário do país, a seus filhos e ao grupo paramilitar liderado por eles. Estas investigações não prosperam.

O Golpe de estado que entrou em execução em 2016 levou ao executivo o protofascista Jair Bolsonaro, tornou o Estado Brasileiro extremamente repressivo e vem acompanhado de duros ataques aos direitos que o povo havia conquistado nos governos do PT. As petições e reivindicações dos setores oprimidos, eram o foco da militância da socióloga, negra, lésbica,  mãe e da Maré.

Hoje toda a sociedade civil tem plena consciência de quem matou  a vereadora mais votada no município do Rio de Janeiro sabia que a intervenção militar na cidade era parte do golpe, como denunciou sem medo de mulher favelada e negra.
É necessário que a justiça seja imparcial, limpa, justa  e apresente oficialmente o nome do mandatário do crime e de seus comparsas. E que se cumpram as penas cabíveis ao crime político premeditado que levou ao assassinato de Marielle Franco.


terça-feira, 10 de março de 2020

Venezuela - Estaria Tio Sam dando ordens a Bolsonaro?


Artigo de Roberto Bergoci
Diretor do Conaicop: Rubén Suaréz
Secretária Geral Conaicop Br: Cristiane Camargo

Bolsonaro nos EUA: estaria o miliciano recebendo as ordens de Tio Sam contra a Venezuela?


  Em mais uma de suas rotineiras passagens subservientes pelos EUA, o presidente miliciano Jair Bolsonaro assinou acordos de livre comércio e parceria militar  com os capitalistas estadunidenses, aprofundando ainda mais o grau de servilismo colonial à pátria ianque.
 Num esvaziado discurso para empresários durante o Seminário Empresárial Brasil-Estados Unidos em Miami, após negar o avanço da crise capitalista mundial que em cheio tem atingido o Brasil, Bolsonaro em mais uma sequência de suas "pérolas" fascistas bem semelhantes com as falas do facinora chileno Augusto Pinochet, ameaçou toda a esquerda brasileira e também o governo bolivariano de Nicolas Maduro na Venezuela.
 De acordo com Bolsonaro: "Caminhamos desta maneira [na política do governo], temos um inimigo interno ainda forte, a esquerda. Combatemos duramente. Sabemos que não podemos dar trégua ou oportunidade para eles. Caso contrário, eles voltam. Como voltaram no país ao Sul da nossa querida América".( https://noticias.uol.com.). Ainda segundo Bolsonaro, seu governo e  partidários devem "lutar para que outros países da nossa América do Sul não vivenciem o que está experimentando, lamentavelmente, os nossos irmãos venezuelanos" , numa clara hostilidade e ameaça contra nosso país irmão.
  Importante lembrarmos que no último domingo dia 08 de março, Bolsonaro assinou no quartel general do Comando Sul dos EUA, um acordo de parceria militar entre os dois países. É a primeira vez que um presidente brasileiro visita este Comando, que é responsável pelas operações militares e de segurança do imperialismo na América do Sul, Central e Caribe, ficando patente que o governo colonizado de Jair Bolsonaro possui apoio de setores do Complexo Indústrial Militar dos EUA, uma das forças hegemônicas do núcleo imperialista.
 De acordo com o site G1: "O comandante do Comando Sul, almirante Craig Faller classificou o acordo como 'histórico', capaz de ampliar o compartilhamento de experiências entre os dois países.
 Segundo o militar, foi possível discutir na visita de Bolsonaro ameaças à democracia" ( G1. Globo, 08-03-2020).
 Neste contexto é importante ressaltarmos que, ano passado o Brasil passou a ser reconhecido como aliado extra-OTAN, além de ter entregue a base de Alcantara aos militares ianques, abrindo possibilidade real para o recrudescimento armamentista e guerreirista do imperialismo em nossa região, cumprindo um papel de segundo enclave belicista de Washington na América do Sul junto da Colombia. Tal fato tem como uma de suas principais finalidades, cercar a Venezuela militarmente, facilitar o deslocamento e presença de tropas militares estadunidenses nas fronteiras com a Venezuela e também proporcionar maior interligação e parceria entre os militares e instrutores ianques, junto a não só os membros regulares das Forças Armadas brasileiras e Colombianas, mas também dos agrupamentos de paramilitares mercenários, que poderiam desencadear uma sequência de batalhas militares irregulares contra a Venezuela, como parte de uma guerra por procuração. Na verdade, assim como vem fazendo contra a Rússia em toda a Eurasia, o imperialismo tenciona desestabilizar ou criar hostilidade permanente em todo o entorno da Venezuela, fechando o país numa espécie de anel hostil.

 Uma guerra direta envolvendo Brasil e Venezuela, poderia gerar custos econômicos e políticos insustentáveis diante da atual situação do capitalismo brasileiro. Dessa forma, o imperialismo utilizaria as táticas da chamada "guerra especial", como fizeram contra o Vietnã, desenvolvidas pelo seu estrategista militar Maxwell Taylor, adaptando-a para a América Latina do século XXI, radicalizando o acirramento da guerra irregular contra a Venezuela, tendo os  componentes centrais desse esquema, Brasil e Colômbia como retaguarda; enviando mercenários, dando cobertura e protegendo desertores, financiando ações conspirativas e bélicas, incrementando as armas das guerras psicológicas e diplomáticas com apoio militante da grande imprensa burguesa sucursais de Washington.
 Nesse redemoninho de ações caóticas, Bolsonaro cumpriria uma função de suma importância neste  xadrez geoestratégico do imperialismo, sobretudo pelo papel que cumpre o Brasil de líder regional em todo o continente.
 A parceria militar entre Brasil-EUA, é o cimento que solidifica as relações não só de Bolsonaro que é de fato um vergonhoso capataz de Donald Trump, mas principalmente nas altas patentes dos militares brasileiros que, além de estarem amplamente representados no atual governo, poderiam perceber tal parceria como oportunidade de melhor aparelhamento das Forças Armadas, além de boas possibilidades de alavancarem suas carreiras; ou seja, estão sujeitos a uma ainda mais profunda e nefasta influência ideológica por parte do imperialismo, que toca a trombeta bem alto da nova guerra fria.
 Recentemente o presidente venezuelano Nicolas Maduro denunciou tal papel criminoso de Bolsonaro a serviço do imperialismo. Segundo Maduro: "Da Casa Branca, um plano foi decidido para levar guerra a Venezuela. Para iniciar um conflito violento e armado e justificar uma invasão..."( O Globo, 06-03-2020).
 Tal afirmativa de Maduro faz todo sentido, poís recentemente o governo neofascista brasileiro mandou retirar todos os funcionários consulares e de diplomacia na Venezuela, abrindo possibilidades para a expulsão dos seus homólogos venezuelanos no Brasil, num claro rompimento diplomático por parte do governo Bolsonaro, que faz acirrar ainda mais o clima bélico entre os dois países, já muito tenso sobretudo quando o governo brasileiro, numa provocação barata contra Maduro, deu guarida aos militares desertores venezuelanos, que tentaram desencadear um golpe criminoso contra seu próprio povo.
  Com o avanço da crise capitalista, o imperialismo necessita garantir fontes de matéria prima, reservatórios seguros de água potável e petróleo. Além da pilhagem bandida e neocolonial contra os recursos naturais e energéticos da Venezuela, o imperialismo planeja se apossar por completo do Estado bolivariano e destruir todas as conquistas economicas e sociais dos trabalhadores pela via de um neoliberalismo selvagem.
 Os EUA tem levado adiante na América Latina a criminosa política de "dominação do espectro total", recrudescendo sua geopolítica do caos com a finalidade de minar por completo as posições de Rússia e China na região, garantindo dessa forma o pleno controle do continente para suas multinacionais expandir seus mercados e o saque de mais-valia das massas trabalhadoras, bem como possibilidades de lucros para o capital financeiro de Wall Street e gigantes do petróleo.
 Estamos diante da fase mais predatória do imperialismo capitalista, marcado pela espoliação em larga escala, genocídio social e econômico contra nossos povos, para garantir a ferro e fogo as necessidades de acumulação da burguesia em decadência. A Venezuela dessa forma, é vital para os interesses predatórios dos piratas imperialistas.
 É preciso desde já, fortalecer um polo continental de luta antiimperialista em nosso continente para defender a Venezuela das mãos genocidas da Casa Branca e seus lacaios latinoamericanos do naipe de Bolsonaro, Ivan Duque e Juan Guaidó. Mais do que nunca se faz necessário o fortalecimento radical do internacionalismo proletário revolucionário em defesa da pátria de Bolívar e Chaves.
 Nas condições históricas da Venezuela atual, a vitória do imperialismo contra Maduro significaria de fato um genocídio de tipo fascista contra o povo venezuelano. O imperialismo somente poderia sair vitorioso na Venezuela com suas botas encharcadas de sangue e isto arrastaria todo o nosso continente para o caos.
 Confiamos nos trabalhadores revolucionários da Venezuela e seu potencial de luta contra o império. Mais do que nunca, as milícias populares tem de estar armadas, com fuzil na mão e atentos, combatendo lado a lado com seus irmãos bolivarianos das Forças Armadas convencionais, toda ameaça golpista. Socialismo ou fascismo; revolução e contra-revolução se enfrentam na Venezuela.
 Fazemos um firme chamado em defesa de uma Frente Latinoamericana Antiimperialista em defesa da Venezuela

Vamos deixar Bolsonaro nos levar a nova ditadura?

Republicamos artigo de Pedro César Batista
Diretor internacional do Conaicop – Ruben Suarez
Secretária do Conaicop-Br – Cristiane Camargo


Em 31 de março fará 56 anos do golpe organizado pela CIA/EUA e executado pelos militares e empresários no Brasil, o qual tem registro de milhares de presos, torturados, exilados e centenas de mortos e desaparecidos, além da censura, perseguição, invasão de domicílios e desrespeito às normas legais, substituídas pelo arbítrio institucionalizado.

Novamente, estão no poder, os golpistas comandados pelos EUA, que governam contrários aos interesses da imensa maioria do povo brasileiro, agora eleitos pelo voto, em uma eleição repleta de fraudes, especialmente após o golpe jurídico (lawfare), que cassou uma presidente sem ter cometido nem um crime de responsabilidade, prendeu a principal liderança política do país e foi sustentada por uma campanha midiática repleta de mentiras.

Passaram-se 56 anos desde o golpe de 31 de março de 1964. O Brasil segue sendo o único país no mundo em que os responsáveis pelos crimes praticados seguem impunes. Tudo graças a um acordo entre as elites, que aprovou uma anistia manca em 1979, a qual colocou torturadores e vítimas em um mesmo nível.

Isto tudo possibilitou, que um capitão, expulso do Exército após tentar praticar um ato terrorista dentro do quartel, fosse eleito presidente. Tudo graças à intervenção direta dos EUA, através da Lava Jato, e que insiste em aplicar a Doutrina Monroe na região, com o programa ultraliberal em implantação desde a queda de Dilma Rousseff.

O governo, herdeiro de 1964, lacaio do imperialismo e executivo do capital internacional, sustenta-se com mentiras, ameaças e entregando o patrimônio nacional e desmontando a rede de políticas sociais para servir ao grande capital, que vive uma de suas mais agudas crises da história.
Ao mesmo tempo, observa-se, que há resistência em ir às ruas para desalojar o governo do miliciano fascista. Certos setores afirmam que se deve respeitar a eleição; outros, fortalecem lutas específicas, sem levar a frente a bandeira para desalojar o capitão e sua corja de traidores. Infelizmente esta luta necessária não tem unificado a esquerda e outros setores populares.
A cegueira é parceira do oportunismo, que muitas vezes anda de mãos dadas com a traição, justificando a necessidade de evitar a radicalização. Se o desemprego, a miséria, a violência, as mentiras e o desmonte do Brasil avançam de maneira veloz, cruel e sádica, como não ir para o enfrentamento com um governo tão vil, criminoso e sádico?

Em março muitos setores realizaram lutas, importantes, vitoriosas e representativas. Entretanto, no próximo dia 31 de março, data de triste lembrança do golpe, que tem como um de seus símbolos o assassino Brilhante Ustra, herói de Bolsonaro, torna-se uma obrigação ir às ruas e dar um basta a estes criminosos e traidores do Brasil. Deixar no esquecimento os crimes praticados pelos golpistas de 1964, não exigir a queda desse governo - que é resultado de uma fraude, uma intervenção pensada e organizada pelos EUA -, significa se acovardar neste importante momento histórico.


sábado, 7 de março de 2020

Uruguai também regride ao neoliberalismo



Artigo de Cristiane Galarza
Diretor da Conaicop: Rubén Suaréz
Secretária Geral do Conaicop-Br: Cristiane Camargo
Publicado por Luiz Pimenta, militante na comunicação popular no Brasil.


Depois de quinze anos governando o nosso país irmão Uruguai a Frente Ampla sai de protagonista do governo, onde nas últimas eleições, com uma diferença miníma, o neoliberalismo assume o poder.
No último domingo (01/03/2020) , em um clima de alta tensão, marcada por manifestações a favor e contra, assume o governo neoliberal no Uruguai, o Excelentíssimo Senhor Presidente Luis  Lacalle Pou.
Ele assume a presidência com apoio internacional do ianque Donald Trump,  do nazifascista Jair Bolsonaro,da usurpadora golpista  Jeanine Añez, e o repressor das massas Sebastián Piñera, entre outros do mesmo naipe.
Lacalle Pou conta ainda com apoio para o seu mandato das grandes corporações internacionais e seus sócios nacionais das câmaras empresariais uruguaias,  e os latifundiários.
O seu discurso é pautado em "recuperar a competividade " , diante da desvaļorização da moeda e achatar os gastos do Estado. Ele irá realizar reformas estruturais como : a Previdência Social, as aposentadorias e uma reforma trabalhista.
Em poucos dias adiante do governo, o mandatário destacou os militares e a polícia para manter a ordem institucional e promete combater a delinquência o que nos demonstra o caráter repressivo deste atual governo.
A Frente Ampla é supostamente de esquerda com ideologias que vão do progressismo ao socialismo/comunismo. Mais nunca pensou em romper com o capitalismo semi-colonial que vive nosso país irmão. O governo desta coligação foi marcado pelo assistencialismo social e uma suposta estabiļidade ecônomica e, como em nosso Brasil, a consciência de classes nas massas não ocorreu.
O cenário neoliberal que estréia Uruguai, vem acontecendo em parte da América Latina, o que nos põe claro a crise capitalista no mundo, e que para se sustentar o imperialismo atua desta maneira vil contra os países atrasados.
O mais nefasto é a América latina, com exceções de Cuba e Venezuela, não terem um movimento de esquerda combativo e até mesmo revolucionário.
Em fim o momento é de resistência e também de reestruturação das bases de  esquerda, e como nos deixou escrito Lênin "UM PASSO ADIANTE, E DOIS ATRÁS "

quinta-feira, 5 de março de 2020

Convocação para reação a possível ataque ao Consulado Venezuelano


Diretor Internacional do Conaicop: Ruben Suarez
Secretária Geral do Conaicop Br: Cristiane Camargo
Publicado por Luiz Pimenta


A Conaicop Brasil, em conjunto com a Conaicop Internacional, repudia as palavras do Deputado Federal Eduardo Bolsonaro que em twitter  insulta o Comandante Hugo Chávez e incita a militância do seu grupo político contra a manifestação de apoio e homenagens ao Presidente, falecido a exatos 7 anos.

Solicitamos o comparecimento em massa dos militantes apoiadores do regime da Venezuela e de todos que repudiam as ações fascistas, constantemente promovidas pelo ocupantes do poder. A A homenagem ocorrerá no Consulado Geral da República Bolivariana da Venezuela, localizada na Av. Presidente Vargas, 463 – 14º andar. Às 17:30 hs de hoje, dia 05 de março de 2020.
Na programação estão incluídos filmes e palestras sobre o Comandante.


Este ato é de grande importância para barramos os constantes ataques fascistas que estes indivíduos promovem pelo país sem serem questionados. Devido à urgência dispensamos formalidades.

Diretor Internacional do Conaicop: Ruben Suarez

Secretária Geral do Conaicop Br: Cristiane Camargo
Publicado por Luiz Pimenta


Cópia de Twitters emitidos ontem pelo deputado Eduardo Bolsonaro.





Consulado da Venezuela no RJ vai exibir filme em defesa do narco ditador Hugo Chávez: "Meu Amigo Hugo", de Oliver Stone. Diretor de Hollywood e dono de uma fortuna milionária, o cineasta milita pelo socialismo, sendo amigo de figuras como Lula e Bernie Sanders (continua...)
11:47 AM · 3 de mar de 2020·Twitter for iPhone
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Em resposta a
Esse é apenas um exemplo, mas demonstra que é urgente a expulsão do adido militar indicado por Maduro para o Brasil, Gen. Barroso, que aliás sumiu com US$ 20bi de petróleo venezuelano durante o período áureo do produto na Venezuela.
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Enquanto esse tipo de gente se sentir confortável no Brasil, mais nós estaremos sob riscos de seus ataques, sejam culturais como neste documentário, sejam físicos como ocorreram no Chile. O regime cubano e venezuelano são cânceres da região, cortar seus combustíveis é necessário
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quarta-feira, 4 de março de 2020

CARTA DE APOIO - ABAIXO A TIRANIA – REPÚDIO AO GOV. BOLSONARO – DITADURA NUNCA MAIS



Republicado como apoio aos termos da carta abaixo da Associação Cultural José Martí, que também foi apoiada pelas entidades abaixo assinadas.

A Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro, entidade de solidariedade a Cuba, e demais entidades que assinam este documento, vêm manifestar publicamente seu repúdio ao governo Jair
Bolsonaro, que tem revelado, desde o início, a sua tendência neofascista. Mesmo antes do resultado das eleições de 2018, já era visível esse viés autoritário por meio das declarações de apologia à
ditadura militar e à tortura.
O terreno para ascensão da extrema-direita no Brasil estava sendo preparado desde antes do golpe que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff e teve como marco o assassinato da
vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes.
O segregacionismo da sociedade brasileira instigada pela mídia burguesa favorece as propostas conservadoras dos atuais governos federal, estadual e municipal e estimula o abismo socioeconômico
que destrói vidas humanas no país.
Ultimamente nos deparamos com projetos, declarações e medidas, que atingem a economia e a cultura, desrespeitam a Constituição de 1988, contrariam os interesses da sociedade brasileira,
ignoram a autonomia de instituições de ensino e de cultura e impedem a liberdade de expressão.
Nos últimos meses já foram aprovados diversos projetos que flexibilizam os direitos trabalhistas, estimulam relações de trabalho semelhantes à escravidão e facilitam a exploração econômica em
reservas indígenas.
Além disso, foi aprovada a reforma da Previdência, que coloca em risco a sustentabilidade da previdência pública e prejudica a todos - os que já estão no mercado de trabalho e os futuros
trabalhadores que terão seus rendimentos reduzidos e seu tempo de contribuição obrigatório aumentado, dentre outras perversidades como a diminuição das pensões por viuvez, acidente e doenças.
Seguindo essa política de destruição das instituições públicas, o governo congela os investimentos em saúde e educação, corta verbas para pesquisas e extingue programas importantes como o Mais
Médicos.
Agora, está na ordem do dia a proposta de uma enganosa Reforma Administrativa que visa precarizar a atividade profissional dos servidores públicos e dar continuidade à política de desmantelamento
do Estado.
O descalabro do atual governo atinge diversos setores da sociedade brasileira quando se mostra irresponsável em relação à liberação de agrotóxicos proibidos em muitos países; quando encoraja
incêndios e desmatamentos da floresta amazônica e faz vista grossa ao óleo que atingiu o litoral do Nordeste, dentre outras negligências.
Segundo Jorge Dimitrov, a “subida do fascismo ao poder não é uma simples mudança de um governo burguês, mas sim, a substituição de uma forma estatal de dominação de classe da burguesia – a
democracia burguesa – por outra das suas formas, a ditadura terrorista declarada”.
No momento em que se propõe como única saída para a crise o aprofundamento da exploração dos trabalhadores, as liberdades democráticas burguesas já não são de grande serventia. Para salvar
o capital financeiro internacional aplicam-se, sem escrúpulos e com apoio da mídia burguesa, políticas entreguistas e privatizantes, que retiram direitos sociais e trabalhistas e impõem à classe
trabalhadora medidas que ampliam a precarização do trabalho e aprofundam a desigualdade social.
Essas políticas já alcançaram a Embraer, vendida para os EUA, está atingindo a Petrobras e pode levar além da Eletrobras, todo o setor do saneamento básico e a água, transformar tudo em
mercadoria controlada por estrangeiros e aumentar os preços para a população. Sem empresas nacionais nos setores estratégicos, a soberania estará comprometida.
Felipe Coutinho, presidente da AEPET, explica que “o petróleo deve estar a serviço dos interesses nacionais e, para tanto, é fundamental que a Petrobras exista como empresa estatal e atue de forma
integrada, nacionalmente e verticalmente”. Entretanto, “a administração atual visa à privatização. Mas como isso é impossível de forma integral, estão vendendo os ativos aos poucos, de forma fatiada.
Este é o primeiro passo para a privatização”.
O desmonte sistemático que vem sofrendo a Petrobras faz parte dessa política entreguista, que aprofunda a subordinação do Brasil ao grande capital estrangeiro e afeta a soberania nacional.
O governo brasileiro alinha-se aos interesses dos EUA e danifica sua política exterior a ponto de o Brasil votar, pela primeira vez, junto com Israel, pela manutenção do bloqueio econômico e comercial
dos EUA contra Cuba e apoiar a tentativa de golpe na Venezuela, o que contraria o artigo 4o da Constituição da República Federativa do Brasil.
Tais posturas retrógradas, misóginas, racistas, homofóbicas que constituem a atual guerra ideológico cultural contra os interesses populares e os setores democráticos têm atingido cotidianamente a
produção artística nacional.
A Escola de Cinema Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro, por exemplo, no início de 2020, foi alvejada pelo governo Bolsonaro: a administração dos Correios, dona do prédio onde a Escola funciona,
solicitou a devolução do imóvel para incluí-lo no patrimônio a ser privatizado. O despejo levaria implacavelmente ao fechamento da Escola, que já há 20 anos é referência de formação profissional no
campo audiovisual.
Outros exemplos são o acossamento à produção do filme Marighela do diretor Wagner Moura; a ordem da Secretaria de Educação de Rondônia para recolher livros considerados impróprios a crianças
e adolescentes; a nomeação de Roberto Alvim como Secretário de Cultura e a tentativa de nomear para a presidência da Fundação Cultural Palmares o jornalista Sérgio Camargo, que deprecia a luta
histórica dos negros no Brasil; a proposta de excluir diversas ocupações artísticas do sistema de Microempreendedor Individual (MEI), dentre outros tantos descalabros anticulturais.
Nesse cenário de destruição do país e de violência contra o povo, o Presidente apoia o motim dos policiais no Ceará e, em pleno período de carnaval, fustiga seus seguidores em favor de
manifestação pelo fechamento do Congresso Nacional: contraria mais uma vez a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, incita, dessa forma, um Golpe de Estado e, ao mesmo tempo,
forma um governo militarizado com a nomeação de vários generais para ocuparem postos desde ministérios até cargos administrativos em órgãos estatais.
O que está sendo ocultado? Qual a intenção desse “desgoverno”? Os fascistas têm sede de poder e, conjuntamente com a classe dominante, trabalham em projetos de longo prazo que visam ao
aprofundamento da exploração dos povos e sua dominação.
O povo brasileiro se vê cercado, encurralado.
A Banalização da Barbárie vulgarizou.
É preciso levar em conta que, sob a batuta dos EUA e enquanto os banqueiros internacionais e nacionais comandarem o navio negreiro e enquanto os militares apoiarem a entrega das riquezas
nacionais e a escravização do povo brasileiro, o presidente continuará distraindo os incautos com seu circo macabro.

A nós cabe repudiar, resistir, reagir e agir!
Por um Brasil soberano e livre!
Pela Segunda e Definitiva Independência!
Pelo Povo Brasileiro!
Ditadura Nunca Mais!

Assinam este documento:
- Associação Cultural José Martí – RJ – ACJM-RJ
- Casa da América Latina - CAL
- Os Amigos de 68
- Inimigos do Império
- Movimento em Defesa da Economia Nacional - MODECON
- Comitê de Solidariedade à Revolução Bolivariana
- Frente Internacionalista dos Sem Teto - FIST
- Brigadas Populares
- Ala Moça
- Centro Ruy Mauro Marini
- Campanha Brasil pela Segunda e Definitiva Independência
- Comitê de solidariedade à luta do povo palestino - RJ.
- Comitê de Autodefesa FORA BOLSONAROS
- Círculos pela revolução brasileira.
- Liga dos Direitos Humanos
- Comitê Nacional e Internacional de Comunicação Popular - Conaicop BR

Diretor Internacional do Conaicop; Ruben Suarez
Secretária Geral do Conaicop Br: Cristine Camargo
Publicado por Luiz Pimenta

terça-feira, 3 de março de 2020

Conaicop BR homenageia Hugo Chávez - 7 anos de falecimento



Em cinco de março de 2013 aconteceu a desaparição física, aos 58 anos o Presidente da República Bolivariana de Venezuela, Comandante Hugo Rafael Chávez Frías, líder indiscutível da Revolução no nosso país irmão durante três mandatos.
Nascido em Sabaneta no estado de Barinas, Comandante Chávez foi um militar e político que por direito próprio e vontade de seu povo, foi eleito Presidente em dezembro de 1998, e depois mais três outras eleições.
Depois de sair vitorioso nas eleições presidenciais de 2012, Chávez não consegui assumir seu quarto mandato devido um câncer que a foi acometido e que teve um final fatal há 7 anos.
O líder da Revolução Bolivariana tinha uma estreita amizade com o líder da Revolução Cubana Fidel Castro, que o chamava de melhor amigo de Cuba. Ambos líderes revolucionários socialistas foram fundamentais na indestrutível amizade que existe até os dias atuais entre Cuba e Venezuela, que juntas conseguiram avanços para unidade da América Latina.
Há homens que até depois de falecidos seguem sendo úteis.  A esta estirpe pertence o  Comandante Hugo Chávez, cujo o seu legado impulsiona e fortalece a luta do povo venezuelano contra o império ianque e seus lacaios, e por isso Venezuela não se rende. Hugo Chávez nos deixou a ousadia, o amor a causa bolivariana e socialista e a organização do povo para defender seus interesses, entre tantos legados.
VENEZUELA RESISTE E VENCERÁ!
A Comunicação Popular Nacional e Internacional do Comandante Supremo do Brasil  (Conaicop br), convoca a militância de esquerda no Rio de Janeiro e Brasília a compartilhar este 5 de março de 2020,   7 anos da desaparição física do Comandante Hugo Chávez Frías, com o CSRB RJ ( Comitê de Solidariedade a Revolução Bolivariana no RJ) e o Comitê Abreu de Lima DF.

LEAIS SEMPRE,
TRAIDORES NUNCA!






Diretor Internacional do Conaicop: Ruben Suarez
Secretária da Conaicop-Br: Cristiane Camargo
Artigo de Cristiane Galarza
Publicado por Luiz Pimenta