Ataque
terrorista dos EUA contra o Irã: toda solidariedade militante e anti-imperialista
ao povo iraniano!
Um bombardeio das Forças Armadas
estadunidenses na noite de ontem
(02-01) em Bagdá, matou o General-chefe da unidade Força Quds, do Corpo
da Guarda Revolucionária iraniana Qasem Soleimani. O Pentágono por sua vez, confirmou que
Soleimani foi assassinado por ordem direta do presidente dos EUA Donald Trump,
sem nem mesmo a prévia informação ao Congresso americano; uma ação abertamente
terrorista e sem as costumeiras mascaras “democratizantes”, muito comuns aos
sínicos ocupantes da Casa Branca.
O ataque contra o General iraniano ocorreu no
Aeroporto Internacional de Bagdá, e matou também Abu Mahdi AL-Muhands vice-chefe
da Forças de Mobilização Popular Shia do Iraque e mais sete pessoas. Soleimani
voltava de visita às milícias iranianas que atualmente estão no Iraque
auxiliando as forças locais que combatem os grupos terroristas financiados por
Washington.
As autoridades ianques afirmaram que o General
Soleimani havia autorizado a ação contra
a embaixada dos EUA no Iraque, recentemente tomada por manifestantes pró-Irã,
além do ataque contra a base de Kirkuk, que matou um soldado mercenário dos
EUA.
Segundo comunicado do Pentágono: “Sob a direção do presidente, os militares
dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal dos EUA no
exterior, matando Qasem Soleimani, chefe da unidade Força Quds do Corpo da
Guarda revolucionária Islâmica, uma organização designada como terrorista pelos
EUA”.
O governo iraniano por seu lado, afirmou que tal provocação
não ficará sem respostas. O presidente do país Hassam Rouhani, e o líder
supremo do Irã Ali Khamenei prometeram
que responderão ao ataque criminoso dos EUA.
Em um comunicado divulgado pela TV, Khamenei afirmou que “Todos os inimigos devem saber que a jihad de
resistência continuará com uma motivação dobrada, e uma vitória definitiva
aguarda nossos”.
Rouhani disse que “O martírio de Soleimani
tornará o Irã mais decisivo para resistir ao expansionismo americano e defender
nossos valores islâmicos. Sem dúvida, o Irã e outros países que buscam a
liberdade na região se vingarão”. O General Soleimani foi um dos responsáveis
pelo combate contra os terroristas wahabistas, financiados e treinados pelos
EUA na Síria e Iraque. E grande adversário da geopolítica ianque no Oriente
Médio.
Sem dúvidas, o ataque estadunidense contra
Soleimani, herói nacional iraniano e figura histórica, significa de fato um
atentado contra o Estado nacional persa. Dessa forma, se abrem possibilidades
reais para uma escalada de tensões e conflitos em todo o Oriente Médio, com
grande potencial para desestabilizar a economia mundial.
Os preços do petróleo e do dólar dispararam
logo após o ataque ianque. O mercado futuro do petróleo Brent saltou quase três
dólares, e pode alcançar níveis recordes. Segundo matéria da Revista Forum “Os contratos futuros
de petróleo brent atingiram alta, com custo de 69,16 dólares por barril, a
maior desde 17 de setembro. Os contratos futuros de petróleo bruto West Texas
Intermediate (WTI) subiram 1,85 dólares ou 3,04%, chegando a 63,84 dólares por
barril, o maior desde 1º de maio”. ( Revista Forum, 03-01). Já de acordo com o site UOL, o dólar operava
em alta e as bolsas caiam após o ataque (UOL Economia, 03-01).
O medo da grande burguesia mundial é que,
diante do agravamento das tensões geopolíticas, o Irã possa fechar o Estreito
Ormuz, região estratégica para a rota do petróleo até o ocidente. Mais de 30%
da produção mundial de petróleo é escoada pelo estreito de Ormuz; portanto, uma
maior intensificação das tensões pode fazer explodir a nível global o preço do
petróleo e seus derivados, criando condições objetivas reais para um colapso da
economia capitalista mundial, que de fato já se encontra demasiadamente débil e
sem rumo.
A pressão da Casa Branca sobre o Irã ganhou
intensidade depois do anúncio, por parte do governo iraniano em novembro de
2019, de um novo grande campo petrolífero, no sudeste do país, com reservas de
53 bilhões de barris de petróleo (revista Exame, 10- 11-2019).
As tensões diretas entre os dois países até
então, estavam relativamente “limitadas”
à pressões políticas e econômicas envolvendo o acordo nuclear rompido
por Trump unilateralmente, resultando na radicalização dos embargos contra a
economia persa. Após o assassinato de Soleimani no entanto, as tesões ganham
novas proporções, que beiram o conflito bélico direto, podendo arrastar em seu bojo potencias regionais com
interesses envolvidos como Rússia, China e Israel. O Ministério das Relações
Exteriores da Rússia afirmou que o
assassinato de Soleimani é um “passo
aventureiro que levará ao aumento da tensão em toda a região” (GGN, 03-01). O
resultado disso é imprevisível, podendo levar desde a guerras assimétricas por
parte dos envolvidos, até um conflito mundial, que, diante do atual poderio de
forças destrutivas alcançadas por países como EUA e Rússia, certamente
estaríamos diante de uma matança sem precedentes na história.
A economia capitalista mundial vive um momento
histórico de grande impasse, marcada pela paralisia dos mercados, crise da
produção de valor, fragilidade do dólar, desemprego estrutural e uma divida
publica que segundo o FMI, era no inicio de 2018, equivalente a 225%
do PIB mundial, um verdadeiro tsunami prestes a arrastar todo o mundo burguês!
Como a história da economia mundial tem mostrado, as crises profundas são as
causas de grandes conflitos bélicos como a Primeira e Segunda Guerra Mundial,
uma necessidade inerente ao modo de produção capitalista e sua acumulação
irracional.
As organizações dos trabalhadores, os
movimentos populares e os democratas do mundo devem desde já, organizar uma
grande campanha internacional contra mais essa ação terrorista de provocação
dos EUA contra a pátria iraniana, que pode levar o mundo a mais uma guerra de
grandes proporções.
Nós da Conaicop, condenamos intransigentemente o ataque terrorista e
pirata dos EUA contra o povo do Irã! De nossa parte, prestamos as mais
honestas solidariedade militante à resistência
anti-imperialista aos povos do Irã e do Oriente Médio, que se levantam contra a política de espoliação e barbárie de
Washington!
Texto de
Roberto Bergoci
Militante nas comunicações populares do
Brasil.
Cristiane Camargo
Secretária meios alternativos de comunicação popular no Brasil
Ruben
Suarez
Diretor
Internacional.
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