Manifesto
aos Povos da América Latina
Em defesa de uma Latino América Anti-Imperialista
e Socialista!
1-O
imperialismo estadunidense e seus vassalos burgueses da direita latino-americana
vêm levando adiante uma verdadeira agenda política de terra arrasada em
praticamente todo o nosso continente. Os golpes de Estado militares, jurídicos
ou parlamentares que presenciamos desde a última década em países como
Honduras, Paraguai, Haiti, Brasil e Bolívia; ou mesmo as campanhas golpistas
contra a Venezuela, Cuba e Nicarágua, são parte de uma sórdida campanha
implementada pelos falcões genocidas da Casa Branca em conluio com as
burguesias nacionais de nossos países e suas forças de repressão, tradicionais
peões dos EUA na região.
2-Os verdadeiros motivos para tais
empreitadas golpistas e de severos ataques contra nossos povos, podem ser
explicados pelo aprofundamento em todo o globo, da crise estrutural pelo qual
tem passado o regime capitalista. Como têm ocorrido há 500 anos, nossas pátrias
latinas, condicionadas (por) e dependentes do grande capital estrangeiro
predatório, sempre são chamadas a socorrerem os lucros das metrópoles
imperialistas. E o preço a se pagar por isso, tem sido caro demais para nossos
povos: aprofundamento da dependência; aumento do desemprego e do subemprego;
superexploração de nossa força de trabalho; miséria; embrutecimento; morte prematura
de nossa gente; perca de nossas imensas riquezas naturais; soberania
sacrificada e etc., etc.
3-O aprofundamento da crise capitalista
internacional é de fato, o caldo de cultura por trás das tensões geopolíticas
envolvendo o imperialismo estadunidense e gigantes regionais, que possuem
protagonismo para além de suas fronteiras, como China e Rússia; estes últimos
por sua vez, tem se tornado importantes atores geopolíticos na América Latina
desde a última década, desafiando até certo ponto, o imperialismo ianque em seu
autoconsiderado “quintal”. Países como
Venezuela, Equador, Cuba, Brasil e Bolívia por exemplo, são até o momento,
importantes parceiros comerciais dos dois gigantes regionais, fator que não pode ser tolerado pelos gringos do
Norte, sob pena de perderem suas posições econômicas, políticas e culturais em
Nossa América, fato que ameaça sobremaneira sua odiosa hegemonia.
4-Depois do completo fracasso da mal chamada
“Primavera Árabe” e após serem derrotados em países como Síria, Ucrânia e Irã,
os EUA apontam suas armas geopolíticas de forma mais agressiva contra a América
Latina, visando expulsar China e Rússia do continente e recrudescer um novo
neocolonialismo na região. A ordem é estabelecer a ferro e fogo, através dos
golpes de Estado fascistizantes e caos social, uma nova “Doutrina Monroe”, ou
seja, a “América Latina para os americanos imperialistas” explorarem. Para
isso, os escravagistas do Norte tem contado com os prestimosos auxílios de seus
servis colaboradores como Jair Bolsonaro, Lenin Moreno, Sebastian Piñera, Juan
Guaidó, Ivan Duque, Mauricio Macri, Jeanine Áñez, Luis Camacho e etc., sob o
beneplacido da Organização dos Estados Americanos (OEA), de fato, “Ministério
de Colônias dos EUA”, como nos ensinou o
grande revolucionário Fidel Castro. O
resultado disso tem sido o aprofundamento sem igual dos ataques neoliberais em
todos os países, como a supressão dos sistemas de seguridade social, das
conquistas trabalhistas, pilhagem dos recursos energéticos e minerais,
privatização de empresas públicas estratégicas e militarização de toda a
região, para garantir essa verdadeira reestruturação do capitalismo dependente
latino-americano, baseado num novo e mais precário patamar de acumulação contra
os trabalhadores, uma espoliação colonial selvagem.
Os
Povos de Nossa América Resistem!
5-Se a exploração e opressão tem aumentado,
mais ainda a brava resistência dos trabalhadores em diversos países latino-americanos.
Honduras, Haiti, Equador, Chile e Bolívia, viveram ou estão vivendo verdadeiras
insurreições populares contra os governos da ultradireita neoliberal. Em
Honduras a luta popular não dá tréguas desde o golpe jurídico-parlamentar que
depôs o presidente Manuel Zelaya em 2009. Em Haiti, país protagonista da
primeira revolução vitoriosa de escravos, as massas trabalhadoras lutam
bravamente contra a situação desumana que o grande capital imperialista,
auxiliado pelas burguesias nativas quer lhes impor. Na Argentina, a mobilização
popular pôs fim ao governo fantoche de Mauricio Macri; e na Venezuela, seu
combativo povo tem derrotado bravamente todas as seguidas tentativas golpistas
por parte da Casa Branca e da CIA.
6-Recentemente presenciamos um levante
popular de grandes dimensões no Equador. Os trabalhadores indígenas
equatorianos, em histórica e combativa marcha colocaram o traidor
Lenín Moreno contra as cordas, que acuado, teve de fugir como rato às
pressas, transferindo a sede do governo de Quito para Guayaquil. Este agente
interno de Trump e dos interesses de Wall Street, foi obrigado a recuar diante
da radicalização das massas e somente se manteve no cargo devido a crise de
direção dos trabalhadores equatorianos.
7-No
Chile, país laboratório da primeira experiência neoliberal no mundo, pelas mãos
assassinas do fascista Augusto Pinochet, teleguiado pelos famosos “ Chicago
Boys” como Milton Friedman, resiste heroicamente há semanas. Os trabalhadores
protagonizaram importante greve geral no país, além de levarem adiante um
verdadeiro processo pré-revolucionário contra o neofascista Sebastian Piñera,
levantando palavras de ordem pelo fim da Constituição golpista parida pelos
gorilas de Pinochet, responsável pelo super empobrecimento das massas,
suicídios recordes de idosos etc. Mais do que nunca, se faz necessário neste
país, a criação de um partido revolucionário com profundo enraizamento nas
massas, abrindo possibilidades em canalizar o forte levante popular para a
destruição do Estado burguês.
8-Na Bolívia, após o covarde golpe militar e
empresarial contra o governo nacionalista de Evo Morales do MAS (Movimento ao
Socialismo), financiado pelo imperialismo, oligarquias nativas e igrejas
evangélicas fundamentalistas, as massas trabalhadoras e povos indígenas do
Altiplano historicamente discriminados pela burguesia separatista e racista da
“Meia Lua”, tem protagonizado exemplares levantes classistas que estremece as
elites locais. A parlamentar golpista Jeanine Áñes, autoproclamada “presidente”
do país tem sido completamente rechaçada pelos combativos trabalhadores
bolivianos, que em heroicos combates, marchando à La Paz com paus e pedras,
gritam rebeldemente “Agora é guerra civil!”, fazendo tremer os ratos golpistas.
Unificar
as lutas em todo o continente.
9- Está aberta uma verdadeira temporada de
levantes populares em toda a América Latina, como produto da decomposição do
capitalismo mundial. O que estamos presenciando pode ser um prelúdio de grandes
embates históricos de nossos povos contra o imperialismo e a ultradireita
burguesa colonizada. A atual ofensiva neoliberal se levada adiante, deixará
sobre o continente uma vasta marca de miséria e barbárie, tendo de ser
combatida de forma revolucionária por todos os trabalhadores latino americanos
numa luta internacional, continental sem tréguas.
10-As gigantescas e poderosas classes
trabalhadoras de Brasil e México precisam entrar em ação. Estes dois gigantes
latino-americanos, que possuem dimensões continentais, forças produtivas
avançadas e ambos uma classe trabalhadora poderosa, podem arrastar o continente
para uma verdadeira corrente anti-imperialista modificando decisivamente a
correlação de forças na região e no conflito entre as classes em luta. Para
isso é imperativo que os trabalhadores de tais países ultrapassem suas direções
conciliadoras, presas ao horizonte eleitoreiro, quando, de acordo com as novas
regras do jogo, as burguesias americanas na prática, chutaram pelos ares o
legalismo e buscam saídas extremas para sua crise aguda, expressada nos atuais
golpes de Estado.
11- Está posto como tarefa de suma
importância para nossos povos, centralizar e aproximar dentro do possível as
mais expressivas lutas atuais e vindouras em nossa região. O combate contra as
burguesias nativas, contra as políticas neoliberais, somente podem ser
efetivas, no contexto geral da luta anti-imperialista, que precisa ser
transformada em revolução socialista, unificando toda a grande nação
Latino-Americana: se o inimigo do Norte planeja nos trazer o caos, nós faremos
de Nossa América um, dois, três Vietnãs de combate revolucionário, como nos
ensinou Guevara!
12- O capitalismo mundial entrou num beco sem
saída. Como uma vez afirmaram Marx e Engels, o regime burguês parece o
feiticeiro que perdeu o controle de sua magia, que agora se volta contra toda a
humanidade. Fazemos um sincero chamado a todos os povos da América latina, para
nos juntarmos nessa verdadeira epopeia emancipatória, que é nossa revolução
anti-imperialista e socialista. Arregacemos já as mangas e marchemos com pés
firmes em direção a nossa libertação. O futuro nos pertence!
Ianques tiren sus manos de nuestro continente
e de los recursos de nuestros pueblos !!!
TENDÊNCIA REVOLUCIONÁRIA COMUNISTA INTERNACIONAL.
Texto de
Roberto Bergoci
Militante nas comunicações populares do
Brasil.
Cristiane Camargo
Secretária meios alternativos Brasil
Ruben
Suarez
Diretor
Internacional.