sábado, 26 de outubro de 2019






BRASIL, “MOSTRA TUA CARA”.
Cristiane Camargo
                 Secretária dos meios alternativos de comunicação popular do Brasil.


O capital é implacável e em um país com a extensão territorial como o Brasil, com as riquezas que ele naturalmente produz, certamente não iria ser deixado de lado pelos defensores do lucro.  A dominação no Brasil é extremamente severa, vivemos uma sincronia  de dominação e submissão construída passo a posso à nossa formação. Somos instruídos a não pensar e a não questionar, o simples ato de ter uma opinião contrária à ordem, direciona aos “rebeldes” o braço forte do Estado e a condenação por uma sociedade que não se reconhece. Seu estranhamento dado à realidade cruel que vive e a defesa que insiste em fazer do sistema que ó oprime retrata um povo confuso. As mulheres e homens humilhados pela falta de empregos de oportunidades, pelos empregos degradantes e vexatórios diante de uma sociedade de status, talvez os faça reconhecer que a ideia de empreendedor de si mesmo não era assim tão promissora. O que resta aos trabalhadores são as bicicletas de entrega, a panfletagem, a venda ambulante e os pequenos serviços, que ao seu modo de ver o mundo como fora ensinado, é o meio pelo qual ele se mantém longe da miséria, sim, o medo da miséria impera sobre todos nós, as amarras do capital se mostram ainda mais forte nesse sistema neoliberal. Uma economia não formal chega mais rápido às comunidades, a criminalidade e mendicância tomam as ruas das cidades sem a reflexão de que é fruto de um sistema econômico em curso, e a sociedade que se esquiva da mesma miséria desvia o olhar. Olhar para eles talvez signifique reconhecer também o nosso lugar nesse sistema, até quando conseguiremos nós manter longe desse mesmo destino é a pergunta que certamente fazemos. Até quando teremos medo? Se de um lado o medo da miséria nos mantém alienados a todas as formas de exploração evitando uma reflexão sobre isso, também pelo fato de não vermos claro a possibilidade de um futuro para nós. Ao mesmo tempo a repressão e essas amarras ideológicas nos aleijam um espírito revolucionário. Será que devemos chegar ao mesmo ponto que o Chile e permitir que nos tirem tudo até que nos tire também o medo?
 Mas, será que já não nos tiraram o bastante? Sempre vivemos de curtos períodos de democracia e ditaduras, que nos impediram e nos impede até hoje de conhecer e reconhecer nossa  história, a história desse país a história do proletariado que o construiu. A única histórica que conhecemos é o triunfo da burguesia, fomos apagados da história e continuaremos assim se não a fizermos com as nossas próprias mãos e a colocarmos como protagonista do nosso futuro.




Ruben Suarez
Diretor Internacional.




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